Nesta segunda-feira, 29 de julho, faz um ano que o corpo de um homem em situação de rua chegou ao Instituto Médico Legal de Sergipe (IML/SE), em Nossa Senhora do Socorro (SE), e ainda continua sem identificação. Ele estava em um ponto de ônibus do Conjunto João Alves, no município, abraçado pela cadela de estimação.
De acordo com a Secretaria da Segurança Pública (SSP), desde que o corpo chegou à unidade os papiloscopistas inseriram as informações do cadáver no banco de dados da Polícia Federal para tenta a identificação. Na época, a secretaria informou que a vítima morreu de causas naturais.
No ano passado, o IML havida confirmado que as impressões digitais recolhidas não bateram com as cadastradas no banco de dados do Estado e que continuaria na busca pela da identificação.
O andarilho
A imagem da cadela abraçada ao corpo do senhor circulou em vários veículos de imprensa e redes sociais, mobilizando muitas pessoas comovidas pela história. Eliomar Ricardo tomou conhecimento através de uma reportagem e foi até o local onde estava o corpo do senhor.
Ao chegar identificou como sendo do idoso de 66 anos José Carlos Oliveira, que no dia 26 de agosto de 1957 foi batizado na Paróquia Nossa Senhora da Conceição, em Porta da Folha (SE).
Na época, Eliomar conversou com o Que Vem das Ruas e explicou que conheceu o idoso dias antes, em 24 de julho, quando a vítima esteve com ele no município do Alto Sertão de Sergipe. José foi até a cidade a pé - um percurso de mais de 300 km (ida e volta) – para tentar localizar o batistério, documento com o qual daria entrada na aposentadoria.
Eliomar disse ainda que José voltou a pé para a capital sem o documento, apenas com os nomes dos pais, padrinhos e a data de nascimento anotados em um papel. Recusou a ajuda da passagem de ônibus ou mesmo do táxi porquê a cadela não poderia entrar no veículo.
O que acontece com os corpos sem identificação?
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